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  • 24 junho 2013
  • Realeza
Município de Realeza completa 50 anos de criação e desmembramento
No dia 24 de junho de 1963 o então governador do Paraná, Ney Amintas de Barros Braga, aprovou a lei nº 4.728 que cria o município de Realeza desmembrando de Ampére.

A luta pela criação e desmembramento começou com a criação da Comissão Pró-Emancipação, composta por Arnolfo Augusto Umann, Bruno Zuttion, Rubem Cesar Caselani, e Luis Cerzio Sassi (os três últimos falecidos), entre os anos de 1960 e 1961.

De acordo com o livro "Origens e formação do município" (1995), escrito por Renato Álvaro Neis, Bruno Zuttion coletou mapas e a documentação para o projeto. Arnolfo Augusto Umann apresentou o projeto em Curitiba e acompanhou o seu andamento até a conclusão favorável. Sassi foi o secretário da comissão, Rubem Cesar Caselani presidiu a comissão e via Indústrias Cazaca financiou os trabalhos patrocinando as despesas com viagens e o encaminhamento do projeto até a sua aprovação.

Em entrevista a reportagem do Jornal Liberal, Arnolfo Umann, relembrou os momentos históricos da luta pela criação e desmembramento do município. Na época, no ano de 1961, entre os meses de junho ou julho, Arnolfo e Rubem foram a Ampére para saber mais sobre a emancipação daquele município.

Ao chegar a Ampére, estava sendo encerrada uma missa, foi combinado com o padre que seria realizada uma missa também em Realeza, num domingo, 17 de setembro de 1961, para arrecadar fundos para construção de uma capela que influenciaria na emancipação futura de Realeza.

As influências políticas também auxiliaram na criação e emancipação do município de Realeza, além do apoio aos candidatos do município de Ampére, os realezenses tinham ligação com deputados, e apoio do prefeito de Francisco Beltrão, Angelo Camilotti, sócio da Cazaca, que elaborou uma carta de apresentação entregue por Arnolfo ao deputado Cândido Machado de Oliveira Neto.

Através da lei municipal de Ampére nº 18/92 de 07 de março de 1962 do vereador Bruno Zuttion, foi criado o Distrito de Realeza do Pinho pertencente à Ampére.

"Foi desenvolvido um projeto com levantamento dos estabelecimentos comerciais, eram poucos, mas a vontade era grande. E elaborado mapa para o desmembramento de Realeza", destaca Umann.

Arnolfo viajava sozinho até a capital do Estado, devido à dificuldade de locomoção pelas estradas de terra. "Tinha que ir até Pato Branco e pernoitar, ou ir de manhã e pegar o ônibus noturno em Pato Branco e chegar de manhã em Curitiba", conta Arnolfo.

Em umas das viagens, o deputado Cândido Neto recebeu Arnolfo em sua residência onde lhe apresentou o projeto. Na sessão do dia 11 de janeiro de 1962, foi apresentado na Assembleia Legislativa o projeto para criação do município de Realeza. A justificativa do projeto era que Realeza tinha mais de 15 mil habitantes com três mil eleitores, "esses dados, por sua vez, eram contestados pelo deputado oposicionista, que estava certo em contestar, pois o número de eleitores verificado no ano seguinte é de 1.557 votantes inscritos para o primeiro pleito municipal", relata o livro de Realeza.

Após as eleições estaduais, o projeto continuou o encaminhamento pelo deputado Arnaldo Busato, genro do Cândido Neto. Após aprovação em três sessões o projeto foi encaminhado ao governador que sancionou em 24 de junho de 1963. Em ato em Francisco Beltrão, Arnolfo recebeu do governador Ney Braga e o deputado Arnaldo Busato o Diário Oficial com a publicação da lei que criou o município de Realeza.

Colonização

Arnolfo Augusto Umann, 85 anos, seguiu os passos de muitas pessoas que colonizaram Realeza. Ele possuía um armazém em Porto Alegre (RS), e veio ao Sudoeste para se associar ao irmão em Capanema, em 1960.

Eles descobriram que um novo lugar estava surgindo próximo a Capanema, procuraram em meio à mata após percorrer alguns quilômetros, e foram avisados por um morador da direção do vilarejo. Eles acharam uma picada (estrada) aberta com uma placa dizendo que naquele lugar era "Realeza do Pinho".

Havia alguns estabelecimentos comerciais sendo construídos, e existia um mapa do futuro município. A sociedade não deu certo em Capanema, então Arnolfo retornou ao Rio Grande do Sul e trouxe suas ferramentas para Realeza, onde abriu um comércio geral de produtos e depois específico de ferragens. Arnolfo e a esposa Edit residem até hoje no município.

Escrito por Douglas Kichel
Foto: Jornal Liberal

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