No Sudoeste, 17 dos 42 municípios possuem rede de coleta e tratamento de esgoto. O índice aponta que quase 60% da região ainda utiliza fossas para destinar seus resíduos acumulados em casa, empresas, entre outras edificações.
Conforme dados da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), os municípios que contam com rede de coleta de esgoto, apresentam o sistema em, pelo menos, mais da metade de sua extensão territorial.
Os custos elevados para implantação de um sistema de esgoto explicam os baixos índices de municípios com coleta e tratamento do esgoto na região. “De qualquer forma, a Sanepar trabalha permanentemente para expandir os serviços nos municípios onde atua. Na região Sudoeste, além dos municípios que já possuem Sistema de Esgotamento Sanitário, outros oito serão atendidos nos próximos anos, estando com obras ou projetos já em andamento”, disse a companhia ao Diário do Sudoeste.
Índice de atendimento
De acordo com dados divulgados recentemente pela Agência Nacional de Águas (ANA), o Paraná é o segundo estado brasileiro com maior extensão no sistema de coleta e tratamento de esgoto, — onde são contabilizados mais de 80% dos municípios. A média nacional, conforme a Ana, é de 46,5%.
A média ideal e universalizada para o tratamento de esgoto, como aponta a Organização Mundial de Saúde (OMS) é acima dos 85%. No Sudoeste, dos 17 municípios que contam com sistema de esgoto, 13, ou seja 76,4%, estão na faixa dos 80% de atendimento, como previsto pela OMS.
Escolha dos locais com rede de esgoto
A escolha pelo município e por seus bairros em que receberão o sistema de coleta e tratamento de esgoto ocorre de acordo com a densidade populacional de cada região da cidade, onde, são priorizadas áreas mais ocupadas, ou seja, bairros com maior concentração de pessoas.
Conforme a companhia, a abrangência e as prioridades de atendimento em cada município são definidas em contrato com as prefeituras. Os critérios estabelecidos para o funcionamento do sistema em cada localidade sempre levam em conta o Plano Municipal de Saneamento, assim como as condições de viabilidade técnica e econômico-financeiras para a implantação.
Por que realizar a coleta do esgoto
Conforme a professora Ticiane Sauer Pokrywiecki, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Francisco Beltrão, o esgoto quando não tratado adequadamente e lançado no meio ambiente, pode contaminar o solo e a água, resultando diretamente em problemas de saúde pública. “Também pode promover a propagação de insetos e outros vetores de doenças que se desenvolvem em ambientes insalubres favorecendo a reprodução de mosquitos transmissores de enfermidades como dengue, Zica e Chikungunya, por exemplo”, diz Ticiane
A professora comenta ainda que, muitas vezes, o não tratamento de esgoto, torna inviável a utilização dos mananciais, “uma vez que a carga de poluentes lançada é superior ao poder de autodepuração do rio tornando-o poluído. Importante ressaltar que esse recurso hídrico pode ser o responsável pelo abastecimento de água da própria população que faz o descarte do esgoto.”
Na indisponibilidade da rede pública, a Sanepar informa que “o esgoto deve ser mantido no terreno, confinado em fossa séptica, com limpeza periódica para evitar extravasamentos.”
Ticiane explica que, ao fazer uso dessas fossas, são necessários alguns cuidados como o tipo de fossa (séptica, negra, seca, valas de infiltrações e sumidouros), tamanho e localização, limpeza e manutenção das mesmas, pois, “vai interferir diretamente na qualidade desse esgoto que possivelmente será lançado no meio ambiente.”
Fonte: DIÁRIO DO SUDOESTE